oceano-patricia-gebrim

Você anseia pela imensidão do oceano, mas faz da sua vida uma piscina, com azulejos azuis e bordas delimitadas, que você acredita poder controlar.
Você sonha com o ar puro do alto da montanha, mas vive na poluída aldeia, onde se crê seguro e protegido dos predadores.
Você já desejou amar plenamente, sem restrições, entregar-se ao fogo que pulsa na boca do vulcão; mas prefere arder pequeno, como o graveto que cabe na palma da sua mão.
Assim, para nos sentirmos “donos” de nossa vida, nós a mutilamos, a reduzimos a essa experiência supostamente controlável, limitada e medíocre, que acaba por nos fazer adoecer de tédio e tristeza.
Ouça.
Quanto mais tentamos possuir a vida, mais a empobrecemos, tornando-a proporcional às limitações impostas por nossos medos.

Enquanto isso, para além das nossas fronteiras, do outro lado dos portões do conhecido, nos espera um imenso oceano em sua azul profundidade.
Nos espera a luz do Sol, em sua dourada verdade, beijando o cume da mais alta montanha.
Para além do conhecido, nos espera o infinito, e sua profunda vacuidade.
O berço de tudo.
A almejada prosperidade da criação infinita.
Não estamos aqui para viver as limitações da mente e seus controles.
Estamos aqui para brilhar, livres e sem rumo, numa intensidade tal que nos esqueçamos de nós mesmos.
Ao fazê-lo, nos tornamos o próprio oceano. Nos tornamos as montanhas, os rios, as florestas, o vento, o Sol, as Estrelas.
Nos tornamos o que sempre fomos e sempre seremos:
Essa maravilhosa explosão de infinito amor.

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