Você anseia pela imensidão do oceano, mas faz da sua vida uma piscina, com azulejos azuis e bordas delimitadas, que você acredita poder controlar.
Você sonha com o ar puro do alto da montanha, mas vive na poluída aldeia, onde se crê seguro e protegido dos predadores.
Você já desejou amar plenamente, sem restrições, entregar-se ao fogo que pulsa na boca do vulcão; mas prefere arder pequeno, como o graveto que cabe na palma da sua mão.
Assim, para nos sentirmos “donos” de nossa vida, nós a mutilamos, a reduzimos a essa experiência supostamente controlável, limitada e medíocre, que acaba por nos fazer adoecer de tédio e tristeza.
Ouça.
Quanto mais tentamos possuir a vida, mais a empobrecemos, tornando-a proporcional às limitações impostas por nossos medos.
…
Enquanto isso, para além das nossas fronteiras, do outro lado dos portões do conhecido, nos espera um imenso oceano em sua azul profundidade.
Nos espera a luz do Sol, em sua dourada verdade, beijando o cume da mais alta montanha.
Para além do conhecido, nos espera o infinito, e sua profunda vacuidade.
O berço de tudo.
A almejada prosperidade da criação infinita.
Não estamos aqui para viver as limitações da mente e seus controles.
Estamos aqui para brilhar, livres e sem rumo, numa intensidade tal que nos esqueçamos de nós mesmos.
Ao fazê-lo, nos tornamos o próprio oceano. Nos tornamos as montanhas, os rios, as florestas, o vento, o Sol, as Estrelas.
Nos tornamos o que sempre fomos e sempre seremos:
Essa maravilhosa explosão de infinito amor.
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